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Umbanda e suas reflexões




"Umbanda é a manifestação do espírito para caridade."

Inicio a nossa meditação nas palavras iluminadas e bem colocadas do Caboclo das Sete Encruzilhadas, através do seu médium Zélio Fernandino de Moraes. A Umbanda desde a sua origem, no plano material, traz sob sua bandeira diversos irmãos com peculiaridades distintas de nacionalidade, cor e religião. Todos unidos perante a égide do amor em movimento e a prática do bem, buscando ensinar aos que ainda não adquiriram a verdadeira sabedoria da alma e a aprender com aqueles que já galgaram alguns degraus na arte preciosa do amor e do equilíbrio.


Desse modo, seria um contrassenso que, entre os adeptos e simpatizantes da nossa escola de fé, existisse a discriminação, o preconceito e a intolerância, pois a nossa religião, em sua origem, está alicerçada na psicologia amorosa dos pretos velhos, na sabedoria dos indígenas, na doçura das crianças, na proteção dos exus, nas inspirações do povo do oriente e nas orientações de diversas outras falanges com características espirituais diferentes, as quais vêm nos trazer o auxílio do plano espiritual para o nosso equilíbrio físico, mental e espiritual.

Racismo, Xenofobia, Sexismo, Homofobia e Intolerância não cabem na postura dos praticantes que abraçam a Umbanda como profissão de fé e da busca de autoaprimoramento. Nutrir esses sentimentos e dar-lhe vazão, através dos discursos de ódios e das ações veladas ou não de preconceito, no seio da seara umbandista, é negar a própria origem da Umbanda, que vem por meio de sua simplicidade manifestar a grandeza dos ensinos universais do Cristo Cósmico.


Se estamos inseridos na escola religiosa umbandista e ainda exteriorizamos preconceitos de todas as formas, o problema não está na espiritualidade, mas sim no canal, ou seja, nos médiuns que ainda alimentam em seu ego uma falsa superioridade moral e falta de amor com o próximo.

É preciso lembrar que a Umbanda desde o seu surgimento foi bastante discriminada por uma cultura religiosa que não reconhecia a superioridade moral dos espíritos comunicantes devido à roupagem cultural de que esses irmãos se utilizavam para se manifestarem: a de um negro ou a de um indígena. Isso tudo era uma afronta para certos homens letrados e ilustres da época, que já traziam em seu bojo, ideias preconceituosas e discriminatórias de que negros nem índios poderiam ser portadores de mensagens de luz, amor e sabedoria.

Entretanto, será que atualmente muita coisa mudou em relação ao preconceito e à discriminação? Será que não somos os mesmos de ontem, que ainda se preocupam muito mais com a roupagem do que com as mensagens que os irmãos espirituais trazem? Será que ainda não vemos os irmãos negros e indígenas como pessoas inferiores, sem conhecimento e sem alma, como se acreditava anteriormente?

Queridos amigos, são tantos os questionamentos que devemos fazer em nossas meditações, principalmente nesse momento em que estamos vivendo demonstrações declaradas de discriminação, preconceito e desamor... Que possamos aprender com a escola de luz, a qual nos ilumina como fé, a nos libertar da ignorância íntima, das ideias pré-concebidas, dos preconceitos e entendamos que a verdadeira linguagem, que ecoa com maior intensidade no Universo, é o amor, que não olha cor, nem sexualidade, nem ideologias políticas e muito menos, rótulos religiosos, mas que busca enxergar na alma do nosso semelhante o que ela precisa para curar a si mesma e equilibra-se no caminho evolutivo.

Saravá Umbanda!
Saravá a todas as bandas espirituais que labutam em nome da Umbanda!
Axé de luz e saúde em abundância para todos irmão da Terra!



Texto do médium: Eduardo Nogueira.




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