Não sou preto, branco ou vermelho; Tenho as cores e formas que quiser. Não sou diabo nem santo, sou Exu! Mando e desmando, traço e risco, faço e desfaço. Estou e não vou. Tiro e não dou. Sou Exu! Passo e cruzo. Traço, misturo e arrasto o pé. Sou reboliço e alegria. Rodo, tiro e boto; jogo e faço fé. Sou nuvem, vento e poeira. Quando quero, homem e mulher. Sou das praias e da maré. Ocupo todos os cantos; Sou menino, avô, maluco até. Posso ser João, Maria ou José. Sou o ponto do cruzamento. Durmo acordado e ronco falando. Corro, grito e pulo. Faço filho assobiando. Sou argamassa, de sonho, carne e areia. Sou a gente sem bandeira. O espeto, meu bastão. O assento? O vento! … Sou do mundo, nem do campo, nem da cidade. Não tenho idade. Recebo e respondo pelas pontas, pelos chifres da Nação. Sou Exu. Sou agito, vida, ação. Sou os cornos da lua nova; a barriga da lua cheia!… Quer mais? Não dou, não tô mais aqui”. Poema de Mario Cravo Jr. dedicado a Jorge Amado
Corpo mediúnico reunido em 2009. Casa fundada em 2010.